segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Foto borrada mostra pouso turbulento de sonda em cometa

Imagem divulgada pela agência espacial europeia revela momentos em que robô Philae toca a superfície do corpo celeste, antes de sair quicando por uma distância de um quilômetro.


(BBC/G1) Uma imagem divulgada pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) mostra o momento do pouso turbulento da sonda Philae no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko em novembro.

O robô tocou a superfície do cometa e quicou várias vezes até o pouso definitivo.

A nova imagem, divulgada nesta sexta-feira (19), é um borrão fora de foco - não surpreendente quando se leva em conta que a sonda saiu "pulando" pela superfície do cometa até se estabilizar.

A foto foi feita pelo sistema de câmeras CIVA, da própria Philae, que estava programado para começar a funcionar no momento em que a sonda se estabelecesse na superfície do cometa.

"Aquela imagem foi chocante pois revelou que, obviamente, ainda não estávamos parados, estávamos em movimento", disse um dos cientistas da missão, Jean-Pierre Bibring.

"Naquele momento foi terrível, pois não sabíamos se a velocidade de ejeção era maior ou menor do que a velocidade de escape. Então, não sabíamos se iríamos voltar a pousar na superfície."

Sonda quicou na superfície do cometa antes de se estabilizar
Depois do pouso turbulento, a Philae conseguiu tomar imagens melhores do cometa. Mas o robô só conseguiu pousar e se estabilizar a um quilômetro do local onde houve o primeiro toque na superfície - e em uma "vala" escura.

O buraco recebia uma quantidade menor de luz do Sol e, com isso, o gerador de energia da Philae perdeu capacidade de carregar suas baterias.

A sonda agora está em estado dormente, esperando por condições melhores de luz - o que pode acontecer nas próximas semanas, quando o cometa se mover para dentro do Sistema Solar.

Os cientistas consideram que a sonda conseguiu enviar uma boa quantidade de dados antes de entrar neste estado de hibernação. A informação foi enviada para a nave-mãe, a Rosetta, e então para a Terra.


Onde está Philae?
No estado dormente, a localização exata do robô é desconhecida dos cientistas.

A Rosetta fez uma série de fotos da superfície do cometa nos dias 12, 13 e 14 de dezembro. Quando estas fotos forem enviadas para a Terra, os pesquisadores esperam conseguir encontrar a sonda perdida.

Mas esta será uma tarefa complicada. Cada imagem feita pela Rosetta tem 4 milhões de pixels e elas serão analisadas pelos cientistas sem ajuda de aparelhos, apenas com os olhos, na busca de pontos brilhantes possam representar ser a Philae.

"Parece muito difícil, mas o olho humano na verdade é muito bom para fazer este tipo de coisa", disse Holger Sierks, coordenador do setor que cuida do sistema de câmeras da Rosetta.

Compreender exatamente onde está a Philae na superfície do cometa vai ajudar os engenheiros a avaliarem sua situação e a probabilidade de a sonda sair do estado de dormência. Parte deste trabalho já está sendo feita usando o número limitado de imagens enviadas de volta à Terra pelo sistema CIVA.

Os cientistas já elaboraram um modelo preliminar do local do pouso final, reconstruindo seu terreno acidentado.

"Estamos parados em um ponto escuro e a questão é: quando o Sol ficará acima do horizonte local? Pode ser no começo de janeiro, pode ser em março. Não sabemos ainda, pois ainda não sabemos onde estamos."

"Se descobrirmos rapidamente, vamos fazer uma avaliação para ver se temos energia suficiente para religar o sistema e estabelecer comunicação", afirmou.

Aproveitando a época do ano, Matt Tayler, cientista do projeto Rosetta da Agência Espacial Europeia, resumiu a ansiedade entre a equipe. "É meio como esperar pelos presentes de Natal", comparou.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Novo cometa: P/2014 X1 (ELENIN)


Informações do blog do Remanzacco Observatory sobre o cometa recém descoberto P/2014 X1 (ELENIN)

Link para a notícia (em inglês) aqui

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Astrônomo russo descobre novo cometa


(Voz da Rússia) O astrônomo russo Leonid Elenin descobriu o cometa COMET P/2014 X 1 (ELENIN) que gira dentro do Sistema Solar.

Agora ele se encontra à distância de 0,877 unidades astronômicas da Terra e a 1,837 unidades astronômicas do Sol.

É pouco provável que o cometa fique mais próximo da Terra do que agora e possa ser visto a olho desarmado.

Uma unidade astronômica é distancia média entre a Terra e o Sol, igual a 149,6 milhões de quilômetros.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Cometa Lovejoy brilha muito e pode ser visto durante as madrugadas




(Apolo11) Se você possui um pequeno binóculo e gostaria de ver algo realmente fascinante no céu noturno, o momento é agora. O cometa Lovejoy está cada vez mais brilhante e se tornou a bola da vez da observação dos astrônomos amadores e profissionais. Olhe para o céu, experimente!

Batizado de C/2014 Q2 Lovejoy em homenagem ao seu descobridor, o australiano Terry Lovejoy, o cometa está cada vez mais brilhante e de acordo com alguns relatos já atingiu a magnitude M1 (brilho integrado do núcleo + cauda) de 6.0, o que significa que já pode ser visto a vista desarmada em locais de céu muito limpo e escuro.

Observadores experientes, no entanto, estimam seu brilho em 6.5, ligeiramente acima da capacidade de percepção de brilho do olho humano, mas isso é só por alguns dias. Em breve Lovejoy vai brilhar muito mais e deverá atingir a magnitude de 4.5 no comecinho de 2015.

C/2014 Q2 Lovejoy é um cometa de longo período, com orbita inclinada em 80 graus, descoberto na noite de 17 de agosto por Terry Lovejoy, através de telescópio de 200 milímetros. O objeto foi confirmado algumas horas depois pelo astrônomo brasileiro Cristovão Jacques, a partir do observatório SONEAR, localizado em Oliveiras, MG.

Neste momento, Lovejoy está situado antes da orbita de Marte, a 113 milhões de km da Terra e deverá atingir o ponto de maior aproximação em 7 de janeiro, quando estará a apenas 70.2 milhões de quilômetros de distância. Em 30 de janeiro atingirá o periélio, a menor distância até o Sol, a 1.29 UA da estrela, cerca de 192 milhões de quilômetros.

Antes de entrar na região planetária, Lovejoy completava uma volta ao redor do Sol em 11500 anos. Quando deixar a região seu período orbital ficará ligeiramente mais curto, com tempo estimado em 8 mil anos. Assim, se você quiser ver o cometa, o momento é agora.


Vendo o cometa
Atualmente, a melhor forma de ver o cometa Lovejoy é através de um binóculo de boa qualidade, 7x50 ou 10x50. Amadores habilidosos poderão fazer fotos do cometa, quando todo o seu esplendor pode ser revelado.

Através de instrumentos, o cometa se parece com uma pequena bolinha esverdeada, coloração essa causada pela presença abundante de cianogênio CN e carbono biatômico, C2, que quando submetidos à luz solar emitem luz verde no comprimento de onda ao redor de 550 nanômetros.

C/2014 Q2 está situado entre as constelações da popa e da pomba, alto no céu após as 22 horas.

Visto da Região Sudeste, pode ser encontrado no quadrante sudeste a cerca de 40 graus de elevação. Com o passar das horas, o movimento da terra faz o objeto subir e caminhar em direção ao quadrante Sul e as 02h00 atinge seu ponto máximo de altura, a 75 graus de elevação, nas coordenadas celestes 06h44m16s / -39g40m23.2s.



Dica importante
Os interessados em saber com precisão onde encontrar o cometa devem baixar e utilizar algum software planetário, pois a observação celeste exige precisão nas localizações. Hoje em dia existem diversos softwares gratuitos. Para computadores e laptops sugerimos o programa Stellarium, que além da boa apresentação também é bem fácil de usar.

Lovejoy deverá aumentar muito de brilho nos próximos dias estará disponível no céu até o dia 9 de janeiro, quando cruzará o equador celeste e se tornará um objeto visível apenas no hemisfério norte.

A hora é agora. Bons céus!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Broca da sonda File não chegou a perfurar o solo do cometa

Afinal, a broca da File furou no vazio, o que impediu a recolha de amostras do núcleo do cometa 67P/Churiumov-Gerasimenko para análise da sua composição.


(AFP/Público - Portugal) A pequena sonda File, da Agência Espacial Europeia, que pousou em Novembro no cometa 67P/Churiumov-Gerasimenko, não conseguiu perfurar o solo do cometa, disse nesta quarta-feira um cientista do Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES, sigla em francês).

“Infelizmente, a sonda File perfurou no vazio e será preciso esperar até à Primavera para que possa recarregar as baterias e completar assim a missão que parou a 15 de Novembro”, ou seja, recolher amostras do solo do núcleo do cometa para analisar a sua composição, explicou Francis Rocard, responsável do programa Roseta no CNES, à agência noticiosa AFP.

“O responsável pela experiência Cosac [o instrumento na File que analisa as amostras do cometa] disse-nos que por duas vezes não houve nenhum sinal de uma análise feita pelo instrumento e numa terceira vez houve um único sinal que deu indicações de que o processo estava em andamento…”, acrescentou Francis Rocard, explicando que é quase certo que nenhum material foi recolhido.

“Uma outra possibilidade [para explicar o terceiro sinal] é que um único grão do solo conseguiu chegar ao forno de pirólise [onde o material é incinerado, é libertado gás que depois é analisado pelo instrumento] e que poderá ter sido analisado pelo Cosac. Mas um grão é muito pouco material”, disse ainda Francis Rocard.

Para tudo funcionar bem, a broca SD2 teria de se mover 56 centímetros, furar o chão, recolher uma amostra e voltar à sua posição inicial para colocar o pedaço de solo no forno em forma de copo, onde o Cosac analisaria depois o material. O SD2 consegue furar o solo até 23 centímetros de profundidade.

O Cosac está equipado com um espectrómetro de massa destinado a identificar e a quantificar os compostos voláteis do cometa. Para isso, as moléculas orgânicas complexas presentes nas amostras são aquecidas até aos 600 graus Celsius.

No primeiro contacto da File com a superfície, o Cosac já tinha “cheirado” moléculas orgânicas complexas, da fina atmosfera do cometa. Estas moléculas tinham pelo menos três átomos de carbono.

“Actualmente, ainda não conhecemos a composição do cometa. Acredita-se que contenha material orgânico”, disse Francis Rocard.

Os cometas são objectos muito primitivos do sistema solar e são ricos em carbono. O carbono compõe o esqueleto das moléculas orgânicas e é por isso a base da vida tal como a conhecemos. A matéria orgânica inicial da Terra, que permitiu o aparecimento da vida, poderá ter vindo destes objectos que colidiram com o nosso planeta, dizem os cientistas.

A sonda File aterrou no cometa 67P/Churiumov-Gerasimenko a 12 de Novembro. Como não conseguiu lançar os arpões para se agarrar ao solo do núcleo do cometa, deu dois saltos inesperados antes de finalmente estabilizar perto de uma falésia. Uma das suas patas não estava a tocar no chão, o que faz com a sonda não estivesse numa posição direita, o que terá dificultado as suas actividades científicas. Três dias depois de aterrar, a sua energia de reserva esgotou-se e a sonda adormeceu.

À medida que 67P/Churiumov-Gerasimenko se aproxima do Sol (atingirá o ponto mais próximo a 13 de Agosto de 2015, algures entre Marte e a Terra), espera-se que a energia que irá chegar aos painéis solares da sonda seja suficiente para ela poder voltar à vida.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Dados da Rosetta aumentam mistério sobre origem da água da Terra

Para cientistas, cometas tinham trazido água, mas hipótese foi eliminada. Água observada por sonda Rosetta em cometa não é do tipo terrestre.


(Associated Presse/G1) O mistério sobre a origem da água terrestre se aprofundou ainda mais nesta quarta-feira (10), quando astrônomos praticamente eliminaram um dos princpais suspeitos: os cometas.

Nos últimos meses, a sonda Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA), examinou de perto o tipo de cometa que os cientistas acreditavam que poderia ter trazido água ao nosso planeta há 4 bilhões de anos. Ela encontrou água, mas não do tipo certo.

A água encontrada era muito pesada. Um dos primeiros estudos científicos da missão Rosetta descobriu que a água do cometa contém mais de um isótopo do hidrogênio chamado deutério do que a água terrestre.

"A questão é quem trouxe essa água: foram os cometas ou alguma outra coisa?", perguntou Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna, na Suíça, principal autora de um estudo publicado nesta semana pela revista "Science". A cientista cita que asteroides podem ter sido os responsáveis por trazer água à Terra. Mas outros discordam.

Muito scientistas acreditram durante tempos que a Terra já tinha água quando se formou, mas que ela evaporou, por isso a água do planeta teria que ter vindo de uma fonte externa.

As descobertas da missão da Rosetta no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko complicam não apenas a questão da origem da água da Terra, mas nossa compreensão sobre os cometas.

Cometas próximos e distantes
Até agora, cientistas dividiam os cometas em dos tipos: os mais próximos e os mais distantes. Os próximos se originavam do Cinturão de Kuiper, depois da órbita de Netuno e Plutão. Já os longínquos vinham da Nuvem ne Oort, muito mais longe.

Em 1986, uma espaçonave chegou perto do cometa Halle, um cometa da Nuvem de Oort, e analisou sua água. A conclusão foi que ela era mais pesada do que a da Terra. Mas há três anos, cientistas examinaram a água de um cometa do Cinturão de Kuiper, o Hartley 2. Ela era perfeitamente compatível com a da Terra, por isso a teoria da origem da água terrestre nos cometas voltou a ficar em alta.

O cometa visitado pela Rosetta é do Cinturão de Kuiper, mas sua água é ainda mais pesada do que a encontrada no cometa Halley, segundo Kathrin.

"Isso provavelmete exclui a possibilidade de os cometas do Cinturão de Kuiper terem trazido água para a erra", diz.

O astrônomo da Universidade de Maryland, Michael A'Hearn, que não fez parte da pesquisa, disse que os resultados do estudo são interessantes, mas que eles não excluem completamente a possibilidade de a água da Tera ter vindo dos cometas. Para ele, a água poderia ter vindo de outros tipos de cometa do Cinturão de Kuiper.
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